Parabéns aos professores e alunos que se dedicaram com muito comprometimento a essa ação formativa!
"Momentos
atrás estava com minhas alunas discutindo um trabalho final que elas
fariam para a semana seguinte. Eu estava muito cansada, mal conseguia
manter os olhos abertos. O curso estava no final e pela carinha delas,
elas também estavam igualmente cansadas.
Eu comecei a pensar em todo o projeto desde o início, escolha e estudo
dos temas, montagem do plano de curso, reuniões e mais reuniões (e mais
reuniões) sobre como daríamos notas, como iríamos fazer com as alunas
que precisavam faltar um pouco mais, enfim, tudo que fizemos até aquele
presente dia e como eu estava extremamente desgastada e casada. Parei um
pouco e decidi que iria dispensar a discussão por nem eu, nem elas,
aguentarem mais. No momento que eu estava ausente pensando em tudo isso e
em como eu encerraria a discussão, elas começaram a debater sobre o
quão animadas estavam (apesar das carinhas) para começar o trabalho, nos
exemplos que dariam, em qual aluno elas estavam se baseando para falar
sobre determinado tema, etc. As olheiras estavam ali, mas os sorrisos
também. Foi nesse momento que eu descobri o porquê de estar onde eu
estava. Não eram meus sonhos de docência, ou cargos e títulos como
professora/pesquisadora. Era por elas, auxiliares educativas, que faziam
jornada dupla, estudavam a noite, cuidavam de filhos, sogras, maridos,
que não tinham mais nenhum espaço formativo além daquele que nós
oferecíamos. Percebi a importância que tive como professora ao facilitar
e transmitir conhecimentos que passei quatro anos acumulando.
Conhecimento este que teve um papel fundamental ao empoderar educadoras
com tão poucas oportunidades formativas. Nosso esforço como equipe, de
proporcionar o nosso melhor (ficando noites sem dormir preparando
slides, quebrando a cabeça para ajustar os temas e todas as inúmeras
dificuldades que tivemos) foi importante para elas. Eu senti pela
primeira vez na minha graduação que eu poderia sim fazer alguma coisa
com tudo que aprendi, com tudo que passei. Entendi que professor é um
agente transformador da realidade. Uma transformação diária, quase
invisível, mas que está ali. Precisei passar por toda a licenciatura
para me dar conta que eu não queria ser professora. O que eu quero mesmo
é transformar vidas, histórias e quem sabe, o mundo". Por Camila Baptista ( Licencianda em Psicologia -UFG).
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