segunda-feira, 28 de março de 2016

Hoje eu vivi e meus filhos também!





“Hoje eu acordei com som de pés se arrastando.
Foi a minha passarinha madruguenta nos pijamas da irmã mais velha que raspava pelo chão.
Eu queria puxar as cobertas para cima da minha cabeça e fingir que estava dormindo.
Mas, em vez disso eu levantei e fiz torradas que ela disse que estavam divinas.
Ela me beijou com os lábios de manteiga.
Acordar cedo não foi minha primeira resposta. Mas eu acordei.
Hoje eu vivi.

Hoje ela perdeu seus sapatos pela 37º vez em duas semanas.
Isso foi logo antes da gente sair.
Eu queria gritar, para repreender, para jogar minhas mãos no ar.
Mas ao invés disso eu a abracei. Minha menina descalça.
Juntas nós encontramos os sapatos molhados de sereno no quintal e ela sussurou: “Desculpa, eu sou esquecida, mãe.”
Ser calma não foi minha primeira resposta. Mas eu fiz.
Hoje eu vivi.

Hoje os passarinhos cantavam animados no lado da porta aberta.
Esse falatório alegre parecia acentuar os prazos, as roupas que eu tinha pra lavar, a bagunça amontoada em volta de mim.
Eu queria bater a porta e silenciar a tentação: havia tanta coisa para fazer.
Mas ao invés disso eu coloquei meu tênis de corrida e meu chapéu favorito.
A cada passo, eu chegava mais perto do que importa e mais longe do que não importa.
Ser leve não foi minha primeira reação. Mas eu fiz.
Hoje eu vivi.

Hoje eu estava na frente do espelho me medindo. Me achando grande demais. Me observando.
Era evidente que o estresse e a falta de sono haviam deixado suas marcas.
Eu queria dissecar cada ruga, arrancar cada camada de pele mole.
Mas ao invés disso eu desviei e disse: “Hoje não. Só hoje não.”
Me amar não foi minha primeira reação. Mas eu fiz isso.
Hoje eu vivi.

Hoje eu arrumei um jantar simples e coloquei no prato.
Tinha uma cara patética e desagradável.
Eu queria questionar meu merecimento baseado nas minhas habilidades culinárias.
Mas em invés disso eu gritei, “Vamos comer fora na varanda! Tudo parece mais gostoso lá fora.”
Me oferecer graça não foi minha primeira reação. Mas eu fiz.
Hoje eu vivi.

Hoje eu estava em uma missão para colocar minha filha na cama o mais rápido possível.
Tinha sido um dia cansativo e eu só queria ficar sozinha.
Ela me perguntou se ela podia escutar a batida do meu coração.
Relutantemente, eu deitei ao lado dela e ela colocou a cabeça no meu peito.
“Nós temos o mesmo batimento”, ela disse.
“Como você sabe?” Eu perguntei esperando alguma raciocínio de criança, mas ao invés disso sua resposta pungente me deixou de joelhos.

“Porque você é minha mãe.”

E lá estava ela. Minha confirmação.
Para optar por ficar quando eu quero recuar.
Para escolher perdoar quando eu quero condenar.
Para escolher amar eu quando quero atacar.
Para escolher ter esperança quando eu quero duvidar.
Para escolher ficar quando eu quero cair.

Hoje eu vivi.
Não foi minha primeira resposta.
Mas eu compartilho a mesma pulsação com duas almas preciosas.
E isso é o suficiente para me fazer passar o dia (superar o dia).
Eu vou escolher viver de novo amanhã.”



Fonte: http://www.handsfreemama.com/2014/05/09/today-i-lived-and-you-did-too/
 Tradução: http://antesqueelescrescam.com/2016/01/13/hoje-eu-vivi/
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