Quando pensamos em brincadeira quase
que automaticamente pensamos em criança. É bem provável que imaginemos uma
criança empilhando blocos coloridos, brincando com bonecos ou empurrando um
carrinho. Muito difícil encontrarmos alguém que ao se falar de brincadeira
imagine um adulto jogando bola ou brincando de casinha, isso porque atividades
assim podem fazer parte da sua realidade, com intencionalidades diferentes das
crianças. Pode ser um engenheiro construindo casas, pais cuidando de seus
filhos e dirigindo seus carros, um jogador de futebol ou dono de sua própria casa.
Por mais que todas essas atividades correspondam as mesmas ações (construir,
ser pais, dirigir, jogar bola, cuidar de casa) elas carregam intencionalidades
diferentes e momentos de vida diferentes. Mas então, por que quando falamos de
brincadeira pensamos em criança?
A
brincadeira é a linguagem da criança! É a forma como esta vivencia, compreende
e cria a sua realidade. Toda brincadeira tem uma intencionalidade, não é um
mero passatempo. Quando a criança brinca de casinha, ou de motorista, ou de
papais e mamães, ela está construindo sentido sobre as experiências que tem.
Por mais que uma criança não possa ser pai, ou dirigir um carro, ao desempenhar
esses papéis ela demonstra sua compreensão de regras. Ela faz de conta que
dirige um carro e se imagina parando em um semáforo no vermelho, ela faz de
conta que é pai/mãe e troca a roupa do filhinho. O mundo do “faz de conta” é a
sua apropriação da realidade e o inicio do processo de internalização de
regras.
Portanto,
como a brincadeira é a linguagem da criança, ela precisa ser estimulada,
precisa ser mediada pelos pais, pelos educadores e até mesmo por outras
crianças, para assim promover o desenvolvimento. Assim, devemos dar suporte
para que ela aproprie conhecimentos da realidade e desenvolva novas percepções.
Brinquemos então com nossas crianças, pois são estas experiências do presente
que auxiliarão em seus futuros e na ressignificação de suas vivências.
Por: Nadine Botelho Santos
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