segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Novo ano, novos (e antigos) amigos!

Fazer amigos claramente é uma das melhores coisas que acontecem quando estamos na escola. Grande parte das histórias sobre esse período aconteceram com um amigo ou um grupo de amigos junto! Relações que se construíram pela proximidade, pelo tempo que passado junto e pelas inúmeras afinidades descobertas ao longo do ano letivo.

Estamos no período de férias, daqui a pouco um novo ano escolar irá começar, que venha com ele novas e antigas amizades! E que seja assim até para os menores, com seu jeito peculiar de se relacionar. A respeito das amizades na primeira infância, sugerimos a leitura do excelente texto de Daniele Munerato para a Escola da Vila.



Amizades na primeira infância

A amizade é um tesouro que descobrimos ao longo da vida. Em cada fase do desenvolvimento humano ela acontece com contornos e intensidades diferentes. Portanto, entender como ela se dá pode ser bem interessante para percebermos que a experiência infantil de amizade costuma ser bem diferente em relação ao que os adultos interpretam ou atribuem à mesma.
Nesse sentido, partiremos da seguinte afirmação: a amizade é um processo que envolve o descentrar-se de si. As crianças bem pequenas experimentam as relações de convívio para satisfazer seus próprios desejos e ficam contentes quando alcançam seus objetivos imediatos. Isto posto, podemos dizer que tudo começa com a interação mediada (quer pelo objeto, quer por um terceiro), favorecedora da formação de vínculos, da observação das compatibilidades, do descobrir-se pelos olhos dos outros e do desejo da companhia de alguém na concretização de uma ideia, de uma brincadeira.
Pela preciosidade e singularidade deste tema, não é à toa que existem tantos livros e letras de músicas que nos fazem pensar sobre esta relação, porque para cada um terá significados diferentes. Algo para sempre? Não necessariamente, mas há memórias importantes reveladas nas histórias para contar: engraçadas, de muita cumplicidade ou de aprendizado diante das diferenças.
Para as crianças, próximas dos três anos de idade, a amizade é definida pela proximidade física. Olhando o mundo que os cerca, com o egocentrismo que lhes cabe, os pequenos, em um primeiro momento, só desejam ter uma companhia para interagir e brincar. Nessa etapa de suas vidas a amizade é súbita, quase momentânea, sem nenhuma intenção de permanência. Portanto, todo aquele que aceita compartilhar uma brincadeira será visto como amigo e, nessa fase, não importará a idade ou o gênero do companheiro. E, assim, os vínculos vão se estabelecendo a partir das interações ocasionais, quando as crianças passam a ter compatibilidades que favorecem os encontros.
Por volta dos quatro anos de idade, as crianças estarão muito atentas às diferenças, de forma geral, principalmente entre os companheiros de seu entorno e convívio. Assim, as características físicas ficarão evidentes, bem como as preferências e, consequentemente, as identidades, que as aproximam e as diferenciam.  É fato que uma curiosidade imensa toma conta desses pequenos, que desejam justamente descobrir e compreender tantas diferenças observadas. O critério agora será conviver bem e conhecer melhor o outro por uma curiosidade despertada. Portanto, elas brincam muito juntas, e nessa etapa do desenvolvimento as parcerias tendem a ser mais estáveis, mas também abertas às possibilidades que o brincar mais estruturado proporciona.
Aos cinco ou seis anos de idade, teremos outra mudança nessas relações, pois esse costuma ser um período de busca de identificação. Muito atentas aos adultos de referência como figuras importantes de identificação, observamos que as crianças tenderão a se agrupar por escolhas e preferências mais rigidamente organizadas, na maioria das vezes, revelando o que é de cada um e, então, se fortalecem os pequenos grupos por identidade − os que gostam dos mesmos personagens, gostam de fantasias, gostam de jogar bola etc.
Deixar que se fechem nesses grupos? Entendemos que compete aos adultos intervir sempre para favorecer a integração de todo o grupo. Respeitando momentos de preferências pessoais, mas, sobretudo, valorizando a coletividade no ambiente escolar, a exploração de novas possibilidades, e a percepção de que brincar em vários grupos é possível, desejável e, mais do que isso, pode ser bem legal.  Por esta razão, vale considerarmos que as famílias também podem colaborar, ampliando contatos com colegas não habituais para brincar em suas casas ou programar passeios juntos.
E, apesar da volatilidade das amizades na primeira infância, sabemos que valores importantes oriundos dessas relações estão sendo cultivados desde as primeiras experiências, como o respeito, a confiança, o poder contar sempre… e que tais valores serão cada vez mais compreendidos e valorizados durante o longo processo de construção e de vivência do conceito chamado Amizade.
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