sábado, 30 de janeiro de 2016

Brincadeira e aprendizagem

Queremos sempre o melhor para nossas crianças! As melhores escolas, atividades que a estimulem e desenvolvam criatividade, disciplina, responsabilidade... buscamos que saibam uma segunda, terceira, quarta... língua para que se dê bem onde quer que esteja! Fazemos de tudo para que tenham uma vida saudável por meio de atividades físicas que mantenham seus corpos em movimento! E tudo isso é válido, não há nada de errado! Porém, muitas vezes nos esquecemos da atividade que mais contribui para todo esse desenvolvimento da criança - de forma natural e espontânea -  a brincadeira! Uma criança que brinca aprende melhor, e ainda por cima de uma forma própria e adequada para sua condição. Atividades extracurriculares se complementam com a brincadeira. Não é uma relação de exclusão!


quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Brincar, uma linguagem que desenvolve!

Indicamos a entrevista da Profa. Dra. Gisele Wajshop ao Tempo de Creche a respeito da importância do brincar na infância e seu papel como linguagem da criança!


Tempo de Creche – Como você vê o brincar na infância?
Gisela – A linguagem própria da infância é a brincadeira da criança. No meu entender essa linguagem só pode ser compreendida e valorizada na medida em que a criança vai ganhando espaço e autonomia nas relações sociais. A criança na interação com seus pares e nas atvidades experimentais, busca compreender a vida dos adultos. Nessa medida, a linguagem do brincar ajuda as crianças a compreenderem os valores, atitudes, afetos e comportamentos dos adultos quando se colocam no lugar deles, utilizando objetos, gestos, movimentos ou ações lúdicas substitutas que os representam.
 Tempo de Creche – O que podemos perceber da brincadeira da criança?
Gisela – Observa-se em qualquer escola ou creche que as crianças brincam de bichos, monstros, polícia e ladrão, fadas e bruxas, mas esses temas e enredos não são naturais nas crianças e só ocorrem por meio do contato e vivências culturais no seio das comunidades em que vivem. Dependem das histórias que escutam, das festas e produções culturais das quais participam, dos almoços, jantares e outras atividades que partilham.
Nas culturas e locais onde as crianças podem ocupar espaços sem a tutela e supervisão constante do adulto, os grupos etários mistos constituem-se em ambientes de iniciação social e cultural importantes, no quais os pequenos podem aprender com os maiores as regras e as formas de representação associadas às culturas de cada localidade.
A própria brincadeira de casinha, antes de estar presente nas creches/escolas, existe nas interações espontâneas de grupos infantis como maneira de experimentar, reproduzir ou modificar o modus vivendi dos grupos sociais aos quais as diferentes crianças pertencem. Por outro lado, insisto em que a brincadeira, mais do que um comportamento, é uma atividade linguística que é aprendida desde a mais tenra idade, na relação que os bebês estabelecem com seus cuidadores.
Tempo de Creche – E as brincadeiras violentas?
Gisela – Muitas vezes, na ânsia de compreender suas vidas, as crianças trazem temáticas muito violentas para suas brincadeiras. O papel da brincadeira como linguagem auxilia as crianças a darem nome ao que conhecem e vivenciam. Compreender esta função da brincadeira pode ajudar aos educadores a observarem suas ações e temas, e, assim, poder enriquece-la ou trabalhar as temáticas que se fizerem necessárias. Nessa medida, brincar de matar (mais humana) ou reproduzir cenas erotizadas nas brincadeiras (mais consumista e reprodutivista do mundo adulto atual) deve ser algo que os educadores não podem deixar de levar em conta e antecipar como possível de acontecer. Não é bom nem ruim! É apenas algo que interessa às crianças por alguma razão. Mudar a brincadeira depende de criar ambientes mais investigadores, criativos, coloridos, imaginativos por meio do uso de materiais expressivos ou visitas à praças, parques, audição de músicas e escuta de histórias.
Tempo de Creche – Para as crianças, brincar na escola, na praça e em casa é a mesma coisa? O tempo e o espaço de brincar tem influência na brincadeira? Gisela – A brincadeira muda em relação aos espaços e companheiros de brincadeiras. Na rua, quando autorizada pelos adultos, a brincadeira é menos didaticazada e as crianças podem aprender, inclusive, os riscos de viver, o que é altamente positivo. Também o tempo que elas têm para brincar e os espaços criam desafios diferentes pelo tipo de objetos que encontram pela frente (subir em uma árvore é bastante diferente do que subir em uma sequência de bancos organizada pelo adulto, os tipos de riscos já foram antecipados e previstos).
Tempo de Creche – Qual o papel do adulto/ educador diante da brincadeira da criança? Você pode dar alguns exemplos práticos? 
Gisela – Quanto menores são as crianças, mais o adulto tem uma importância crucial na observação detalhada do que fazem e sobre o que estão interessadas. Os adultos tem um papel fundamental em criar ambientes que propiciem a investigação, a curiosidade, o uso da linguagem para expressar-se. Isso significa organizar, arrumar, atualizar, mexer, mudar os espaços de acordo com as necessidades de uso das crianças. O arranjo espacial não pode virar um elefante branco onde as coisas estão todas lá, mas ninguém mexe ou depois de mexer tem de ser arrumadas e voltam para o lugar. A brincadeira, por ser uma atividade que depende e enriquece o pensamento e a linguagem infantil, tem uma característica muito dinâmica. Assim, se o educador observa as crianças fazendo de conta de fazer comidinhas, ele pode introduzir no dia seguinte, na roda de conversa, diferentes panelas de alumínio e informar às crianças que vai colocá-las no espaço da casinha. Pode também pedir às crianças que tragam sementes de casa, tal como um punhado de arroz, feijão, ervilha ou mesmo pedrinhas que forem encontrando no caminho. A valorização positiva da brincadeira é sentida pelas crianças quando elas podem observar e vivenciar o seu enriquecimento pelos adultos. Outra intervenção importante, a partir da qual estou realizando uma pesquisa-ação em algumas instituições na periferia de São Paulo, é a disponibilização de bons livros literários, com imagens, frases e objetos que podem ser também disponibilizados como cenário do brincar. Eles podem enriquecer e disparar novas brincadeiras.Tempo de Creche – Que outras ações dos adultos facilitam a brincadeira?
Gisela - Disponibilizar ferramentas de rearranjo espacial é outro papel do adulto. Por exemplo, deixar ganchos presos nas paredes para que as crianças, especialmente as mais velhas, possam trançar tecidos, barbantes ou fitas para construir paredes ou casinhas imaginárias. Mostrar uma vez como se faz e elas poderão fazer sozinhas em seguida.
Criar espaços diversificados, aproveitando toda a superfície da sala, evitando empurrar a brincadeira para os cantos. Observar, escutar e criar espaços inusitados pode ser não apenas uma experiência rica, investigativa e criativa para as crianças mas, principalmente para os adultos que, ao desenvolver um pensamento e um fazer mais flexível e criativo, sem rancores moralistas, poderão construir com as crianças uma escola mais interessante e enriquecedora!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Masturbação infantil: como lidar com a descoberta dos órgãos sexuais pelas crianças?

Especialistas enfatizam a importância de pais, professores e demais agentes pedagógicos de meninos e meninas a não se deixarem contaminar pelo olhar adulto. Para a criança, a masturbação nada mais é que uma exploração biológica do próprio corpo que é prazerosa e, portanto, vai se repetir


“Mamãe, tenho que te contar um segredo: mexe lá na perereca para você ver o tanto que é gostoso”. A frase é de uma menina de 5 anos. A mãe, que não será identificada, conta que achou engraçada a ingenuidade da filha. A solução que encontrou foi orientá-la a ter cuidado para não se machucar já que, por ter a pele sensível, a garotinha ainda usa pomada contra assadura. A dificuldade do adulto em lidar com cenas da masturbação infantil ou atos de interesse nos genitais de outras crianças está marcada pela carga cultural que envolve a sexualidade. “O prazer do adulto está além do físico, a excitação passa pela fantasia. Para a criança, é apenas uma experiência sensorial: ela descobriu que é gostoso e vai repetir”, explica a psicóloga e doutoranda em educação na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Anna Cláudia Eutrópio B. d'Andrea.

Ainda assim não é raro que os pais se assustem quando confrontados com a questão. Muitos podem relutar em admitir o que estão presenciando, talvez por não se lembrarem de situações semelhantes já vividas no passado. Mas um teste rápido é capaz de comprovar que o interesse pelos genitais não é fato isolado. Experimente perguntar às pessoas ao seu lado se elas se lembram de algum episódio durante a infância de brincadeiras sexuais consigo mesmas ou com pessoas próximas. No teste da repórter na redação, dois episódios logo surgiram. No primeiro, um estudante de 7 anos que encontrou dois coleguinhas sem calças na hora do recreio e chamou a professora imediatamente. Não por que intuiu alguma "coisa errada", mas por que queria brincar naquele lugar. No segundo, uma filha avisou ao pai que assistia à televisão: ‘vou ali no quartinho e não quero que você entre lá’. Obviamente ele foi atrás e encontrou a filha pelada em cima do irmão mais velho, também uma criança sem roupas. 

Psicóloga, professora da PUC Minas e coordenadora da educação infantil da escola Balão Vermelho, em Belo Horizonte, Adriana Monteiro reforça a importância de o tema ser compreendido como uma curiosidade natural da criança. “É uma forma de exploração corporal como colocar a mão na boca, a semente do feijão no ouvido ou morder o coleguinha para poder conhecer o corpo do outro. Quando descobre os órgãos genitais a criança vai sentir prazer na descoberta e insistir no comportamento”, salienta. Para Adriana, uma das grandes dificuldades está no fato de as escolas não saberem lidar com o tema e terem uma abordagem mais moralista. 

Abordagem
Pesquisadora em educação em sexualidade, Anna Cláudia observa que a menina de 5 anos já compreende que o “mexer na perereca” é da intimidade quando usa a palavra segredo para contar à mãe sua descoberta. Nesses casos, fica mais fácil ajudar os pequenos a compreenderem que o toque nos órgãos sexuais não é para ser praticado na frente das pessoas. Mas e quando é uma criança de 2 anos? Apesar de existirem marcos do desenvolvimento infantil, os pais precisam sempre lembrar que cada criança é única e tem o seu tempo para descobrir e entender o mundo ao seu redor. Considerando esse aspecto, Adriana Monteiro afirma que nessa idade é raro a masturbação ser um hábito frequente que necessite uma intervenção. “O que a gente faz é chamar a atenção da criança para outra ação sem repreendê-la”, diz.

Para Anna Cláudia, os adultos educam sexualmente não só com o que eles falam, mas também com o que não é dito. “A criança é uma esponja e ela percebe mais coisas do que o adulto consegue notar que ela percebe”, lembra. Ela recomenda - nos casos de a masturbação acontecer em público - que os pais façam a interdição em particular. “Se é da intimidade, a abordagem tem que ser de forma íntima, senão, o adulto estará transmitindo uma mensagem paradoxal”, pontua. Uma dica importante é usar o adulto como um espelho para ajudar a criança a compreender a orientação. “Você vê o seu pai fazendo isso na frente das pessoas?”, pode ser uma comparação a ser utilizada. 

Prevenção
O que esses meninos e meninas precisam entender é que o pênis e a vulva são partes do corpo para serem lidados quando eles estiverem sozinhos. Esse recado ajuda as crianças a irem percebendo que o corpo é exclusividade delas. Dessa forma, os pais estão trabalhando, inclusive, a prevenção. Anna Cláudia reforça: “As crianças não se excitam. A experiência é exclusivamente sensorial. O problema está no olhar do adulto para a sexualidade infantil. O adulto erotiza e enxerga coisa que não tem”. 

Insistência
É consenso entre especialistas que bater, xingar, reprimir não é o caminho para tratar a masturbação na infância, mesmo se o comportamento for insistente. Adriana Monteiro diz que a criança não entende que, moralmente, o comportamento em público não é bem aceito. “Em ambiente privado, os pais precisam dizer que é algo para se fazer quando estiver sozinho, no banheiro ou no quarto. O que o adulto precisa fazer é dar a noção da intimidade. Se a criança insiste, a conversa precisa se repetir”, sugere. 

O artifício que a educadora utiliza na escola é chamar a criança em ambiente privado, reconhecer a vontade que ela tem em repetir o ato e fazer um combinado: “todas as vezes que você fizer esse tipo de brincadeira vou de ajudar a lembrar de outras brincadeiras”. Adriana diz que crianças de 3 e 4 anos conseguem manter o acordo.


"Os adultos educam sexualmente não só com o que eles falam, mas também com o que não é dito" - Anna Cláudia Eutrópio B. d´Andrea, doutoranda em educação em sexualidade da UFMG
Excesso
“O que difere a normalidade da patologia não é a qualidade é a intensidade. Todo mundo sente as mesmas coisas, mas a patologia está no excesso”, afirma a psicóloga Anna Cláudia. Para ela, o que os pais precisam observar é em que situação a masturbação acontece. Novamente ela insiste: “A primeira tarefa é olhar sem julgamento. Acontece antes ou depois do quê? Como está o estado emocional da criança?”, sugere. 

Para Adriana Monteiro, o exagerado “é só querer fazer isso e nada mais. A criança pode até desviar a atenção para outra coisa, mas retorna à masturbação”. Nesses casos, a família deve procurar um atendimento especializado. 

Questões de gênero
Outra questão que envolve a masturbação infantil é a diferença da abordagem para meninos e meninas. Para Anna Cláudia, a família costuma enxergar a masturbação do garoto como uma experiência de maturidade. No caso das garotas, muitas vezes o acesso ao próprio corpo é negado. “A educação sexual da menina ainda está focada na função de dar prazer ao homem e não no prazer dela mesma”, afirma. A especialista diz que já passou da hora de as famílias educarem os meninos para respeitar o corpo da menina. 

Adolescência
Para os adultos que já são pais e mães de adolescentes, o desafio da educação sexual é a família se abrir para conversar sobre as emoções dos filhos e filhas. “Discutir sexualidade não significa falar de gravidez e camisinha. Os pais focam no discurso preventivo e não acolhem as experiências que estão no nível das relações. Meninos e meninas querem falar de afeto, ciúme, machismo, padrão estético de beleza. Começar uma conversa com camisinha não vai dar liga. Não é disso que eles querem falar, não é isso que os inquieta”, afirma a psicóloga Anna Cláudia.

FONTE: Saúde Plena

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Filmes que ajudam a criança a conhecer mais sobre si mesma e o mundo!


"Uma lista de filmes brasileiros, que compartilhamos aqui, tem o objetivo de ajudar professores, pais e cuidadores a apoiarem o desenvolvimento integral da criança, abrindo espaço para que ela fale de seus sentimentos e experiências." Essa é a proposta da pesquisadora Claudia Mogadouro, do Núcleo de Educação e Comunicação da Universidade de São Paulo (USP). 
Pais, aproveitem o restinho de férias para assistir com seus filhos! Professores, que tal incluir algum no planejamento de 2016?
“O menino e o mundo” – a animação foi indicada ao Oscar de 2016 e pode ser uma experiência estética diferente para as crianças pequenas por fugir do convencional. É indicado também aos adultos que convivem com a criança, pois trata com sensibilidade como ela vê e sente o mundo dos adultos.
“Uma aventura no tempo” – desenho animado da Turma da Mônica com aventuras que levam os personagens Mônica, Cebolinha, Magali, Cascão e Franjinha a diferentes fases da História. Tudo começa com uma experiência do Franjinha, que tenta juntar os quatro elementos – fogo, ar, água e terra.
“As aventuras do avião vermelho” – as peripécias de Fernandinho, um menino de oito anos que sente falta de mais atenção de seu pai. Ele é solitário e tem dificuldades de adaptação na escola. Uma viagem a bordo do Avião Vermelho, personagem de um livro infantil, leva Fernandinho a lugares inusitados. Essa aventura o faz descobrir o prazer da leitura, a importância de ter amigos e o amor do pai.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Metodologia escolar, para que e para quem?

As férias escolares estão chegando ao fim e as escolas já retornam às suas atividades de planejamento. Professores e gestores reorganizam seus planos de ensino e começam a pensar criativamente quais métodos e recursos podem utilizar para promover a aprendizagem dos alunos. 

Entre as possibilidades ideais e as reais, as metodologias de ensino são escolhidas por diferentes critérios. Assim, achamos válido nos questionarmos, como educadores, qual a razão dos recursos metodológicos que temos utilizado. Eles realmente contribuem para a aprendizagem e desenvolvimento dos alunos? 

Em seu planejamento pense com cautela a finalidade e coerência de cada estratégia de ensino pela qual você tem optado, pois conforme indica Libâneo (Didática, 2002) o desenvolvimento metodológico é o componente do plano de ensino que dará vida aos objetivos e conteúdos selecionados pelo professor! Após um bom planejamento... que venha o desenrolar de um excecelente trabalho educativo repleto de desafios e conquistas! Boas aulas!

domingo, 17 de janeiro de 2016

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Carinho é algo que se aprende!

O site toda criança pode aprender fez uma bela reflexão acerca da possibilidade das crianças aprenderem com os adultos a expressar suas emoções! Confiram!

Uma criança aprende muito, a cada dia, desde seu nascimento. Mas será que também aprende a sentir e expressar emoções? Como?
Desde seu primeiro dia de vida, as crianças procuram entender o mundo a seu redor.  Aos poucos, aprendem também a se comunicar. Em geral, em pouco tempo, as mães, os pais ou as pessoas responsáveis por cuidar do bebê conseguem descobrir se a razão do choro é resultado de fome, sono, dor ou o desejo de um colo. Daí em diante, conforme a criança cresce, suas possibilidades de comunicação por meio de gestos, de expressões e da fala, por exemplo,  crescem igualmente.
Essas aprendizagens e tantas outras são frutos da interação com os adultos e da imitação. Mas será que a criança também aprende, desse mesmo modo, a expressar sentimentos, como o carinho?
Um vídeo que circula na internet pode nos ajudar a pensar sobre esse tema. O que está por trás da reação de uma menina pequena ao recepcionar de forma impressionante um amigo que havia faltado na escola por uma semana? As atitudes dela e de outros de seus colegas são emocionantes: eles correm ao encontro do garoto, o abraçam, o acariciam, dizem que estão felizes em vê-lo e com saudade. Vale a pena assistir!

Certamente, essa cena mostra muito para nós, adultos, não? As expressões de afeto, de carinho são também aprendidas por imitação.  Na correria diária, por vezes, nós nos esquecemos de explicitar, em gestos e palavras, a importância que o outro tem para nós. Crianças aprendem com os adultos, o tempo todo, mas, às vezes, nós temos que aprender – ou relembrar – com elas! 

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

A lógica da criança!


A lógica da criança é outra! Sua forma de ver o mundo é diferente do adulto. E não é só pelo seu pequeno tamanho! Ela usa a brincadeira como linguagem e a curiosidade como forma de experienciar o mundo. Sua ingenuidade permite que ela se surpreenda com os pequenos detalhes já tão conhecidos por nós. E é a partir destes parâmetros que devemos buscar nos relacionar com nossas crianças, nos abaixando para ganhar um abraço, nos incluindo em seu mundo para compreende-las!

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Infância não é carreira e filho não é troféu


Nesse mundo contemporâneo, ter, ser, saber, parecem fazer parte de uma competição. Alguns pais e algumas mães acabam acreditando que é preciso que seus filhos saibam sempre mais que os filhos de outros. E isso sim seria então sinal de adequação e o mais importante: de sucesso.
"O que uma criança deve saber aos quatro anos de idade?" Essa foi a pergunta feita por uma mãe, em um fórum de discussão sobre educação de filhos, preocupada em saber se seu filho sabia o suficiente para a sua idade.
Segundo Alicia Bayer, em artigo publicado no Huffington Post , o que não só a entristeceu mas também a irritou foram as respostas, pois ao invés de ajudarem a diminuir a angústia dessa mãe, outras mães indicavam o que seus filhos faziam, numa clara expressão de competição para ver quem tinha o filho que sabia mais coisas com quatro anos. Só algumas poucas indicavam que cada criança possuía um ritmo próprio e que não precisava se preocupar.
Para contrapor às listas indicadas pelas mães, em que constavam itens como: saber o nome dos planetas, escrever o nome e sobrenome, saber contar até 100, Bayer organizou uma lista bem mais interessante para que pais e mães considerem que uma criança deve saber.
Veja alguns exemplos abaixo:
  • Deve saber que a querem por completo, incondicionalmente e em todos os momentos.
  • Deve saber que está segura e deve saber como manter-se a salvo em lugares públicos, com outras pessoas e em distintas situações.
  • Deve saber seus direitos e que sua família sempre a apoiará.
  • Deve saber rir, fazer-se de boba, ser vilão e utilizar sua imaginação.
  • Deve saber que nunca acontecerá nada se pintar o céu de laranja ou desenhar gatos com seis patas.
  • Deve saber que o mundo é mágico e ela também.
  • Deve saber que é fantástica, inteligente, criativa, compassiva e maravilhosa.
  • Deve saber que passar o dia ao ar livre fazendo colares de flores, bolos de barro e casinhas de contos de fadas é tão importante como praticar fonética. Melhor dizendo, muito mais importante.
E ainda acrescenta uma lista que considera mais importante. A lista do que os pais devem saber:
  • Que cada criança aprende a andar, falar, ler e fazer cálculos a seu próprio ritmo, e que isso não tem qualquer influência na forma como irá andar, falar, ler ou fazer cálculos posteriormente.
  • Que o fator de maior impacto no bom desempenho escolar e boas notas no futuro é que se leia às crianças desde pequenas. Sem tecnologias modernas, nem creches elegantes, nem jogos e computadores chamativos, se não que a mãe ou o pai dediquem um tempo a cada dia ou a cada noite (ou ambos) para sentar-se e ler com ela bons livros.
  • Que ser a criança mais inteligente ou a mais estudiosa da turma nunca significou ser a mais feliz. Estamos tão obstinados em garantir a nossos filhos todas as "oportunidades" que o que estamos dando são vidas com múltiplas atividades e cheias de tensão como as nossas. Uma das melhores coisas que podemos oferecer a nossos filhos é uma infância simples e despreocupada.
  • Que nossas crianças merecem viver rodeadas de livros, natureza, materiais artísticos e a liberdade para explorá-los. A maioria de nós poderia se desfazer de 90% dos brinquedos de nossos filhos e eles nem sentiriam falta.
  • Que nossos filhos necessitam nos ter mais. Vivemos em uma época em que as revistas para pais recomendam que tratemos de dedicar 10 minutos diários a cada filho e prever um sábado ao mês dedicado à família. Que horror! Nossos filhos necessitam do Nintendo, dos computadores, das atividades extraescolares, das aulas de balé, do grupo para jogar futebol muito menos do que necessitam de nós. Necessitam de pais que se sentem para escutar seus relatos do que fizeram durante o dia, de mães que se sentem e façam trabalhos manuais com eles. Necessitam que passeiem com eles nas noites de primavera sem se importar que se ande a 150 metros por hora. Têm direito a ajudar-nos a fazer o jantar mesmo que tardemos o dobro de tempo e tenhamos o dobro de trabalho. Têm o direito de saber que para nós são uma prioridade e que nos encanta verdadeiramente estar com eles.
Então, o que precisa mesmo - de verdade - uma criança de 4 anos?
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Muito menos do que pensamos e muito mais!
Fonte: Brasil Spot

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Lugar de criança não é no shopping



Feriado chuvoso, ficou na cidade e não tinha o que fazer. Bingo. Foi pro shopping com as crianças. A cena é comum aos finais de semana na cidade. Shoppings cheios, restaurantes cheios, corredores cheios. Tudo cheio. Final de semana parece sinônimo de passeio em shopping. Pelo menos é o que mostra o comportamento de 70% das famílias brasileiras. Passear no shopping aos finais de semana é programa. Fato. Agora reveja a cena: toda essa lotação + barulho e adicione crianças. Crianças pequenas, muitas em carrinhos, que passam a tarde fechadas num shopping vendo vitrine, andando por corredores de lojas. Aprendendo que consumo é sinônimo de diversão, de lazer.
Criança tem energia, e dentro do shopping não pode correr, vamos combinar! Não pode correr, não pode rolar no chão, não pode entrar no meio das araras, não pode pôr a mão suja na vitrine, não pode gritar, não pode lutar com o irmão, não pode um monte de coisas. E daí que chega um certo momento, depois de umas três horas que essa criança está ali, que ela se joga no chão, dá chilique. Ela está estafada de barulho e de não fazer nada. Tá pedindo pelo amor de Deus, me leva embora daqui! Mas os pais pedem um pouco mais de paciência, querem passear mais um pouco. A criança não tem e dá mais um chilique. A família corre pra loja de brinquedo e logo compra alguma coisa. Ou para pra comer um doce. Assim seguram mais um pouco a criança ali. Com isso nossos pequenos crescem aprendendo que basta dar um ataque que se consegue o que quer. Valores roubados.
Criança deveria estar no parque com a família. Deveria ir andar de bicicleta, brincar na praça, subir em arvore, balançar, brincar no parquinho e mais uma infinidade de coisas que a cidade oferece. Criança precisa ver a cor do céu, respirar ar puro, ter contato com valores mais verdadeiros, mais cheios de intenção. Precisam gastar energia de forma correta. Energia de criança, de infância. Chegar suada no final do dia de tanto brincar e capotar na cama. Ah! Pois é, brincar cansa! Isso significa que você vai cansar também, porque não dá pra sair pra passear e ficar 100% do tempo sentada na grama mandando seu filho brincar. Vai lá. Brinque junto. Empurre-o no balanço, ajude-o a subir numa árvore... Mexa-se junto com ele. Afinal finais de semana em família são feitos pra gente ficar junto.
Não dentro de um shopping passeando por corredores de loja. Não podemos fazer da eventualidade uma rotina e achar que isso é normal. Tem um ditado que diz que a vida é feita de escolhas. E escolhas cujas consequências dentro da infância não avaliamos são um tiro no pé. Shopping não é um lugar adequado para uma criança passar a tarde de um final de semana em família. A frase foi comprida pra ser completa. Um reforço aqui no meio do texto.
E pra que se faça diferente é preciso que os pais façam escolhas mais equilibradas, pra que as crianças não se preencham de vontades e "querer". Preencher esse "querer" com vitrines e consumo é certamente um programa vazio de infância. As cidades proporcionam muito mais às famílias e às nossas crianças. Vamos procurar fazer melhores escolhas para construir um futuro mais saudável e feliz a nossos pequenos. Onde possam preencher suas escolham com algo muito maior do que sacolas e compras. Criança aprende brincando, e consumo não é brincadeira.
Fonte: Brasil Post

sábado, 2 de janeiro de 2016

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