segunda-feira, 24 de setembro de 2018

#IndicaçãoLiterária


“Frida Kahlo: para meninas e meninos”
Coleção Antiprincesas

Nádia Fink (Autor),‎ Pitu Saá (Ilustrador),‎ Martín Azcurra (Estilista),‎ Sieni Maria Campos (Tradutor)

Saudando e colocando em questão uma figura feminina (e, diga-se de passagem, feminista) essencial ao patrimônio cultural humano, o livro “Frida Kahlo: para meninas e meninos” apresenta com lindas ilustrações a vida e legado desta grande referência latino-americana.

Como uma narrativa apoiada em fatos verídicos, o livro revela com uma linguagem simples e interativa desde os primeiros anos da artista e como se desenrola diferentes momentos marcantes de sua vida, entre romances dramas e conquistas e, especialmente, sua arte - transgressora e inigualável.

A obra é uma bela reverência a uma notável “princesa” do mundo real, contado de forma acessível e inspiradora! Leitura infantil de utilidade pública! :)

Rayane Neves (Graduanda de Psicologia - UFG e bolsista do Projeto de Extensão História meio ao contrário…’ Literatura Infantil, Consciência Crítica e Formação Humana no Centro de Trabalho Comunitário”)

Prevenção ao suicídio e valorização da vida


Sexta fomos falar sobre 'prevenção ao suicídio e valorização da vida' no SENAI Fatesg. 

Assunto que precisa ser falado!

Focamos nos aspectos da vida e da falta que nos constitui como humanos. Falta esta que nos move, nos faz desejar, nos relacionar e torna a vida surpreendente. Mesmo sempre existindo "a parte que falta", podemos explorar universos, apreciar os nossos momentos preferidos, passar por tempestades, calor, neve, conhecer pessoas, e continuar vivendo ...

A felicidade plena não se coloca, no entanto, podemos aproveitar cada momento de felicidade e não desvalorizar os momentos de tristeza. Afinal, eles também nos constituem e formam o que somos. A vida é isso. Não é linear. A vida é bela! 

"A engrenagem gira porque as peças não possuem encaixe perfeito. Assim também é a vida e as relações humanas"

terça-feira, 18 de setembro de 2018

Prevenção ao suicídio e valorização da vida


Na última sexta tivemos a oportunidade de conversar sobre 'prevenção ao suicídio e valorização da vida' com os alunos da escola @colegioeduardomarquez

Através de ações como essa, reafirmamos a importância de se falar sobre saúde mental, suicídio e vida com as crianças e os adolescentes. Eles possuem uma capacidade incrível de compreensão do mundo e ao mesmo tempo muitas dúvidas e, principalmente, muitas angústias. Conversamos sobre a 'falta' que existe em todos nós, entendendo que nossa vida possui altos e baixos, problemas e soluções, coisas que gostamos e coisas que não gostamos, e nisso está o movimento da vida, o que nos impulsiona. Só desejamos porque existe essa parte que sempre vai faltar. No entanto, nem por isso a vida deixa de ter sua beleza, as borboletas, flores, montanhas e mares! 


segunda-feira, 17 de setembro de 2018

#INDICAÇÃOLITERÁRIA


“O ESQUELETO”, Autor: Enric Lluch
Tradução: Heloisa Pietro | Ilustração: Mercé López. 2012, FDT.

Nesta obra de linguagem acessível e despretensiosa, é narrado sobre a vida de Ossudinho, um esqueleto-criança que vivia com uma grande família de esqueletos e que era encantado pelo futebol. 

Um dia, entre meninos assustados e algumas ajudas, o protagonista
se envereda pelo esporte e… acaba jogando a bola e alguns de seus ossos para bem longe!

Entre o humor e o “terror” Erick Lluch consegue, de forma singela e curiosa, colocar em pauta questões sobre desigualdades, acessibilidade e inclusão para um público infantil de diferentes faixas etárias.

Um livro divertido, intrigante e com ilustrações de arrepiar!


Rayane Neves (Graduanda de Psicologia - UFG e bolsista do Projeto de Extensão História meio ao contrário…’ Literatura Infantil, Consciência Crítica e Formação Humana no Centro de Trabalho Comunitário”)

terça-feira, 11 de setembro de 2018

SUICÍDIO INFANTIL: O mito da inocência se desfaz


O mito da inocência infantil se desfaz. A criança tirou sua própria vida. Por quê? "Elas nem entendem a morte", "estão na melhor fase da vida", "estão em um momento sagrado", "só brincam", "não possuem maturidade para compreender o mundo adulto"…

Elas chegam a um mundo já em movimento, precisam pular em um vagão a cem por hora e são brilhantes em conquistar seu lugar nesse universo. Se apropriam dele, o levam à boca para conhecer seu sabor, conversam consigo mesmas para entender o que se passa, falam, comunicam-se e dizem o que lhes vêm à cabeça. Por meio de experiências e vivências relacionais significam esse universo da sua própria forma. A criança é um sujeito ativo!

Mas e quando essa atividade implica a retirada da própria vida?

A concepção de que uma criança é incapaz de atentar intencionalmente contra a própria vida está, gradualmente, sendo desfeita, propiciando o questionamento do mito da inocência infantil e alertando pais, educadores e profissionais da saúde ao fato de que as crianças têm condições para planejar e realizar um ato como este.

Entrar em contato com o fenômeno do suicídio infantil é reconhecer a angústia do desconhecido. Informações são escassas, assim como a abertura para o diálogo, não queremos desconstruir nossas concepções construídas histórico e culturalmente. A ‘Baleia Azul’ desmoronou nossos preceitos, ‘desafios de asfixia’ nos sufocaram com o pânico. O grande mito da infância feliz e inocente, que faz da criança o símbolo da esperança, das boas expectativas para o futuro sucumbiu. Pensar neste ser como alguém sem propósito, finito e com tal finitude causada por atos voluntários é trazer à tona grandes tabus que possuímos em nossa sociedade construídos ao longo dos anos.

Por tempos nos silenciamos. Ainda não sabemos aceitar tal fenômeno. Os tabus existentes barram tanto a pessoa que emudece seu desespero, quanto aquelas que não se sentem habilitadas para lidar com tal demanda.

Idealizamos a infância e, erroneamente, a vemos como uma fase tranquila, distante de quaisquer sofrimentos ou frustrações. Esta visão de infância romantizada é construída socialmente e sustentada individualmente, direcionando nossas ações e olhares.

Precisamos desmistificar a ideia de que criança não comete suicídio ou não pensa sobre isso.

Estimativas feitas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) denunciam um significativo aumento de 60% nos últimos 40 anos nas taxas de suicídio em nível mundial. No que concerne ao suicídio infantil, este representa a quinta principal causa de mortalidade entre crianças em todo o mundo. No Brasil, 43 crianças de 0-9 anos entre 2000 e 2008 morreram por suicídio. No mesmo período, morreram 6.574 adolescentes de 10-19 anos por suicídio. Dados do Mapa da Violência, organizado pelo Ministério da Saúde, mostram que, de 2002 a 2012, o número de suicídios entre crianças e adolescentes de 10 a 14 anos aumentou 40%.

Aponta-se que uma criança que tenta ou comete suicídio está em sofrimento psíquico. Metade das crianças apresentaram algum tipo de transtorno mental. Nesse sentido, reconhece-se a intrínseca relação entre transtornos mentais e suicídio em crianças. No entanto, também é extremamente importante analisar os fatores ambientais, os contextos de desenvolvimento da criança, as relações parentais, e mesmo escolares e comunitárias. Multifacetado e complexo, precisamos considerar os aspectos sociais, econômicos, culturais e psicológicos para não reduzir o suicídio a atos isolados, encarando-o de forma demasiado simplista.

Tania Paris, presidente da Associação pela Saúde Emocional de Crianças (SP) afirma que o aumento expressivo de casos de suicídio na infância se deve a uma série de fatores, inclusive, a modernidade. “Hoje, as crianças estão sobrecarregadas de atividades e informação. São cobradas demais para serem bem-sucedidas e esperamos muito delas. Quando não correspondem às nossas expectativas e as delas, sentem-se fracassadas e deprimidas. O problema se agrava dia a dia até beirar o insuportável. O sofrimento fica tão intenso que a vida perde o sentido”, explica Tania.

Diante disso, é importante prevenir. Mas, como? Primeiro é preciso acabar com o tabu que ainda envolve o tema. As pessoas têm dificuldade em falar sobre isso e a informação não circula, não chegando a quem precisa. É necessário o acolhimento, entender o sofrimento da criança, observando seu estado emocional e tentar ajudá-la. Essas discussões incluem, ainda, considerações a respeito da necessária construção de uma rede de cuidados (família, comunidade, escola), da manutenção da estabilidade dos serviços, da ação inter e transdisciplinar, da ética do cuidado, dentre outros.

“As pessoas crescidas têm sempre necessidade de explicações... Nunca compreendem nada sozinhas e é fatigante para as crianças estarem sempre a dar explicações”  O Pequeno Príncipe - Antoine Saint-Exupery


REFERÊNCIAS
GUIMARÃES, E. A. F. As Representações Sociais de Profissionais de Urgência e Emergência Sobre o Suicídio Infantil. 2018. 117 f. Dissertação (Mestrado em Processos Psicológicos e Saúde) - Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Universidade Federal do Amazonas. Manaus: AM, 2018.
LEMOS, M. F. L.; SALLES, A. M. B. Algumas Reflexões em Torno Do Suicídio de Crianças. Revista de Psicologia da UNESP, v. 14, n. 1, p. 38-42, 2015.
MENEZES, R. Precisamos falar sobre suicídio de crianças e adolescentes. Revista Crescer. 2016.
SOUSA, G. S.; SANTOS, M. S. P.; SILVA, A. T. P.; PERRELLI, J. G. A.; SOUGEY, E. B. Revisão de Literatura Sobre Suicídio na Infância. Ciência & Saúde Coletiva, v. 22, n. 9, p. 3099-3110, 2017.

Débora Andrade (Graduanda de Psicologia - UFG e Bolsista do Projeto de Extensão 'Criança em questão: repensando certezas com a família e a escola).

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

#INDICAÇÃOLITERÁRIA



Publicado pela primeira vez em 1976 e relançado no Brasil em 2018 pela Companhia das Letrinhas, “A parte que falta” tornou-se no início deste ano best-seller em diferentes livrarias do país. Escrito e ilustrado por Shel Silverstein (1930-1999) a obra minimalista materialmente revela, a cada página, uma profunda e extraordinária reflexão sobre questionamentos existenciais e do que procuramos nas relações humanas.

Contando a história de um ser de forma circular que explora o mundo em busca de uma parte que lhe falta, a narrativa se desenvolve com personagens simples e singulares de diálogos curtos, deixando a grandiosidade da obra para os encontros e desencontros descritos com palavras e sentimentos que dão justiça aos eventos cotidianos mas tão complexos da vida.

Apesar de toda a grandiosidade descrita, a obra literária infantil apresenta importantíssimas mensagens a seres de todas as idades, dos mais pequenininhos aos grandões. Na ficção, podemos encontrar um significativo espaço de contemplação sobre o que buscamos encontrar em nossa jornada da vida, ou ainda, sobre o que achamos que já possuímos.

Leitura autêntica, atemporal singela mas sublime!


Rayane Neves (Graduanda de Psicologia - UFG e bolsista do Projeto de Extensão História meio ao contrário…’ Literatura Infantil, Consciência Crítica e Formação Humana no Centro de Trabalho Comunitário”)

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

#INDICAÇÃOLITERÁRIA


Ana Maria Machado, como importante referência brasileira da literatura infantil e infanto-juvenil traz em “Ah, cambaxirra se eu pudesse...” uma envolvente narrativa com estrutura de repetição cumulativa.

Tratando de modo leve e significativo a divisão de poderes entre diferentes classes sociais, a narrativa se desenvolve com a cambaxirra - uma ave destemida e persistente - percorrendo um longo caminho entre requisições e recusas com o objetivo de manter o galho de árvore mais bonito, sua casa, de pé.

Com ilustrações extravagantes e caricaturescas de Graça Lima, as personagens ganham um cuidado especial para além de suas falas memoráveis, permitindo aproximação da obra ao leitor em um colorido próprio da história de ficção.

Leitura divertida, reflexiva e criativa para crianças de diferentes faixas etárias!

Rayane Neves (Graduanda de Psicologia - UFG e bolsista do Projeto de Extensão História meio ao contrário…’ Literatura Infantil, Consciência Crítica e Formação Humana no Centro de Trabalho Comunitário”)

Postagens mais recentes Postagens mais antigas Página inicial