terça-feira, 12 de dezembro de 2017

O patinho feio e suas reflexões

O site Laboratório de Educação realizou uma excelente reflexão acerca da história do patinho feio, relacionando-a ao desenvolvimento infantil, no que diz respeito à identidade, singularidade e preconceitos.
É um pontapé inicial para começarmos a ver os livros infantis como importantes recursos de expressão dos sentimentos da criança. 



Confiram o texto na íntegra:

“O Patinho Feio” é uma história de Hans Christian Andersen, amplamente conhecida e muito bem recebida pelas crianças pequenas. O herói deste conto é desde cedo rejeitado pela mãe e irmãos por ser muito diferente e considerado feio. Ele foge de casa, à procura de um lugar que o aceite. Passa por lagos e pela terra, convivendo com as mais diversas criaturas, mas ao longo do caminho não recebe o acolhimento que espera. Finalmente, crescido e com saudades dos ambientes aquáticos, volta a um lago onde esteve entre cisnes. Ao olhar-se no reflexo das águas, percebe que ele mesmo se tornou também um belo cisne e finalmente reconhece a si mesmo e encontra seu lugar.
Esse conto, à primeira vista, assim como o de A Princesa e o Sapo, nos faz considerar o tema da diversidade. Provoca uma reflexão nas crianças que se identificam ao mesmo tempo com o patinho feio e com aqueles que não o aceitam. Dessa maneira, convida a pensar na importância de ser respeitoso com aqueles que são diferentes, pois o impulso de rejeitar ou ser agressivo pode causar grande tristeza e sofrimento.
Entretanto, aproximando-se um pouco mais dessa ideia, percebemos que a rejeição do diferente não diz respeito apenas ao outro. Pode estar relacionado inclusive com a ideia de aceitar aquilo que em si mesmo é tido como estranho, difícil, feio ou inesperado. Aprender a lidar com o que em nós não corresponde fielmente às expectativas – sejam elas sociais, parentais ou próprias – é algo fundamental para encontrarmos uma identidade. Assumir limites e perceber que não somos perfeitos é libertador e permite que encontremos saídas criativas para descobrir nosso lugar no mundo.
As crianças pequenas precisam do olhar esperançoso de seus cuidadores, que veem nelas potenciais e imaginam seu futuro. Mas necessitam também desvencilhar-se de parte dessas expectativas e lidar com as frustrações que isso acarreta para começar a construir um caminho próprio.
Nosso herói não está destinado a ser eternamente um patinho feio. Ele precisa conhecer outras referências, circular pelo mundo, amadurecer e mudar seu olhar sobre si mesmo, saindo do lugar de rejeitado, para poder enxergar-se como cisne.

E você, leitor? Consegue ver mais desdobramentos e significados que permeiam essa história? Conte para nós nos comentários!
Este post foi escrito com base no livro “Fadas no Divã”, de Diana Lichtenstein Corso e Mário Corso.
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