INCLUSÃO.
O que é isso?!
Será que nós somos uma sociedade inclusiva?
Fala-se
constantemente sobre inclusão quando é abordado o tema ‘Necessidades
Especiais’. Mas será que todos conhecem o significado de incluir?! Conforme a
definição do dicionário, “incluir” significa fazer tomar parte; inserir;
introduzir. Importante destacar que o ato de inclusão parte não daquele que
deve ser incluído, mas dos demais que o incluem.
Apesar do
discurso frequente, a sociedade brasileira tem exercido melhor a integração,
esperando que os deficientes físicos, visuais, intelectuais etc. se adaptem à
rotina daqueles que não o são. Carrega-se, ainda, um ranço histórico. Séculos
atrás, as pessoas surdas, mudas, cegas ou com qualquer outro tipo de deficiência
eram consideradas inválidas ou, até mesmo, possuídas por demônios. Assim, havia
certo medo de que fosse contagioso e, portanto, elas eram retiradas do convívio
do restante da população, seja por meio de internatos, hospícios ou pena de
morte.
Atualmente, não
se percebe tão claramente essa exclusão porque ela é feita não fisicamente, mas
socialmente. Pessoas com deficiência não são internadas em colégios ou
hospícios, mas são frequentemente alvos de repulsa. Encontra-se, inúmeras
vezes, alguém em uma cadeira de rodas e, em vez de aproximarem-se para oferecer
ajuda, as pessoas se afastam e ficam observando de longe a dificuldade do
outro.
Ainda hoje, a
sociedade brasileira não está preparada para acolher aqueles que têm
necessidades especiais. Não se vê, por exemplo, placas informativas em braile.
Não se tem pessoas capacitadas para conversar em LIBRAS em todos os espaços que
demandam interação social. Não se fazem calçadas apropriadas para o deslize da
cadeira de rodas. E, infelizmente, são poucos os que lutam por essa causa,
apesar de não terem necessidades especiais ou não conhecerem alguém que tenha.
Em sua maioria, os militantes são apenas os que se beneficiariam diretamente
com o ganho da causa, porque o que está em vigência é a integração e, assim, a
inclusão ainda não foi posta em prática.
Segundo a teoria
vigotskiana, aprende-se e desenvolve-se a partir da mediação do outro na zona
de desenvolvimento proximal, isto é, com o auxílio de outro, passa-se do nível
de desenvolvimento potencial para o real. Da mesma forma, pode-se pensar a
respeito da inclusão. Todos têm determinadas habilidades que podem ser
trabalhadas a ponto de se desenvolverem novas capacidades. Portanto, frente a
um diagnóstico, não se deve estagnar e usá-lo como justificativa para toda e
qualquer dificuldade que a criança venha a apresentar. Assim, ele só faz
sentido se usado como um meio para intervenção no desenvolvimento das potencialidades daquele indivíduo. Para Vygotsky é mais importante conhecer como
a criança reage e convive com a sua deficiência do que saber o que esta
deficiência impede a pessoa de fazer.
E você?! Será
que está incluindo ou apenas esperando que o outro se integre?
Por Patricia Eiterer
Por Patricia Eiterer
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