quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Será que nós somos uma sociedade inclusiva?


INCLUSÃO.
O que é isso?! Será que nós somos uma sociedade inclusiva?
Fala-se constantemente sobre inclusão quando é abordado o tema ‘Necessidades Especiais’. Mas será que todos conhecem o significado de incluir?! Conforme a definição do dicionário, “incluir” significa fazer tomar parte; inserir; introduzir. Importante destacar que o ato de inclusão parte não daquele que deve ser incluído, mas dos demais que o incluem.
Apesar do discurso frequente, a sociedade brasileira tem exercido melhor a integração, esperando que os deficientes físicos, visuais, intelectuais etc. se adaptem à rotina daqueles que não o são. Carrega-se, ainda, um ranço histórico. Séculos atrás, as pessoas surdas, mudas, cegas ou com qualquer outro tipo de deficiência eram consideradas inválidas ou, até mesmo, possuídas por demônios. Assim, havia certo medo de que fosse contagioso e, portanto, elas eram retiradas do convívio do restante da população, seja por meio de internatos, hospícios ou pena de morte.
Atualmente, não se percebe tão claramente essa exclusão porque ela é feita não fisicamente, mas socialmente. Pessoas com deficiência não são internadas em colégios ou hospícios, mas são frequentemente alvos de repulsa. Encontra-se, inúmeras vezes, alguém em uma cadeira de rodas e, em vez de aproximarem-se para oferecer ajuda, as pessoas se afastam e ficam observando de longe a dificuldade do outro.
Ainda hoje, a sociedade brasileira não está preparada para acolher aqueles que têm necessidades especiais. Não se vê, por exemplo, placas informativas em braile. Não se tem pessoas capacitadas para conversar em LIBRAS em todos os espaços que demandam interação social. Não se fazem calçadas apropriadas para o deslize da cadeira de rodas. E, infelizmente, são poucos os que lutam por essa causa, apesar de não terem necessidades especiais ou não conhecerem alguém que tenha. Em sua maioria, os militantes são apenas os que se beneficiariam diretamente com o ganho da causa, porque o que está em vigência é a integração e, assim, a inclusão ainda não foi posta em prática.
Segundo a teoria vigotskiana, aprende-se e desenvolve-se a partir da mediação do outro na zona de desenvolvimento proximal, isto é, com o auxílio de outro, passa-se do nível de desenvolvimento potencial para o real. Da mesma forma, pode-se pensar a respeito da inclusão. Todos têm determinadas habilidades que podem ser trabalhadas a ponto de se desenvolverem novas capacidades. Portanto, frente a um diagnóstico, não se deve estagnar e usá-lo como justificativa para toda e qualquer dificuldade que a criança venha a apresentar. Assim, ele só faz sentido se usado como um meio para intervenção no desenvolvimento  das potencialidades daquele indivíduo.  Para Vygotsky é mais importante conhecer como a criança reage e convive com a sua deficiência do que saber o que esta deficiência impede a pessoa de fazer.
E você?! Será que está incluindo ou apenas esperando que o outro se integre?

Por Patricia Eiterer





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