quarta-feira, 9 de setembro de 2015

"Não falem de mim, sem mim" Assinado Professora!

Em sua participação no Seminário Internacional da Educação Medicalizada, o CEQ se deparou com uma denúncia fascinante de uma professora da rede municipal de educação da Bahia. Sendo impossível transcrever por completo seu relato, buscaremos nas nossas limitações reconstruir as reflexões que fizemos sobre sua narrativa:


Diante dos profissionais de saúde (psicólogos, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais) que debatiam na roda de conversa, a professora faz sua chamada:


- Não falem de mim sem mim. Não prescrevam meu trabalho, não me ordenem a todo instante o que devo fazer. Estas imposições hierárquicas, vinda de terceiros, definitivamente não fazem sentido e não são eficazes. Quem melhor pode conhecer a escola e o processo de aprendizagem do que quem vive na pele todos os dias as dores e as delícias do árduo ofício de educar? Se nosso sistema educacional não estivesse cheio de falhas, não haveriam as rachaduras pelas quais os profissionais de saúde entram e patologizam nossas crianças. Por mais que prescrevam diagnósticos e diretrizes, o B-A-BA da educação se resume no cara a cara, na relação do professor com seus alunos. Por isso, mais que prescrições e culpabilizações, precisamos de vosso auxílio para potencializar e mover nossos alunos do lugar do "não saber" para o lugar do "eu posso!

 Para além dos julgamentos, será que o professor e suas crianças realmente tem com quem contar?

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