quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

O FRACASSO ESCOLAR SOB O VIÉS DO MÉTODO PEDAGÓGICO


O histórico cultural pedagógico aponta as medidas punitivas como o principal método de ensino estabelecido na educação escolar, uma vez que apresenta resultados imediatos. Todavia, esse mecanismo é identificado como um dos pilares do fracasso acadêmico, haja vista que prejudica a relação professor x aluno, pois transmite a ideia de o docente ser ‘‘mais forte’’ que o estudante e, por esse motivo, este lhe dever obediência – extinguindo, assim, o respeito mútuo necessário. Ademais, esse recurso não ensina ao aluno uma nova forma de se comportar, o que possibilita que este discente aja de determinada forma somente na presença daquele que o castiga, não resolvendo o problema comportamental.
Além de falhar em seu propósito, a punição adotada como medida disciplinar traz efeitos colaterais ao aluno. Constata-se que sob efeito desse estímulo aversivo, a tendência do discente reagir de forma agressiva ou ociosa, é alta. Tais ações que se caracterizam como válvulas de escape, como a fuga e/ou o vandalismo, ocasionam sequelas emocionais ao sujeito, como ansiedade e ressentimento, que potencialmente podem impedir seu rendimento escolar. Dessa forma, as medidas punitivas apresentam resultados muito mais negativos que positivos, tanto para o professor que aplica a penalidade, prejudicando sua relação com o estudante, quanto para o aluno que é punido, participando, portanto, ativamente e efetivamente do fracasso escolar de ambos.

Fonte:
SKINNER, B. F. Por que os professores fracassam. In: SKINNER, B. F. Tecnologia do Ensino. 2. ed. São Paulo: EDUSP, 1972. Cap. V, p. 89-108.

Milena Magalhães (Licencianda em Psicologia - UFG)
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