A criança se relaciona com o mundo de um jeito muito especial. Ela não estabelece relações lógicas como nós adultos as concebemos, porque sua linha de raciocínio passa por outra sintonia que envolve realidade e fantasia, componentes característicos da personalidade infantil.
A criança tem um visão particular sobre os fenômenos e as experiências, já que vinda ao mundo há pouco tempo, recebe o impacto de tudo o que acontece sob a impressão forte das sensações e sentimentos ainda não cultivados pela razão como a entendemos, e que lhes despertam reações muitas vezes surpreendentes.
A criança ainda carrega muito viva em si as formas de manifestação de sentimentos sem lapidação. A matéria bruta de suas expressões será trabalhada aos poucos, conforme a criança se desenvolve, quando adquire a linguagem, alcança certa autonomia e aprende a fazer uso mais coerente do que sente, dando vazão às emoções agora de modo menos intempestivo.
Este movimento de contrabalanço entre razão e emoção, no entanto, é tarefa para toda a vida, pois são dois polos dos quais não podemos prescindir e que costumam agir em esquema de alternância, o que garante nosso chamado equilíbrio emocional.
Por Vera Nunes (psicóloga clínica e institucional, ludoterapeuta, especialista em psicologia médica e psicossomática. Atua nas áreas da educação e da saúde)
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